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Perfil das inscritas no II Encontro Nacional da ABL


Para o seu II Encontro Nacional a ABL recebeu inscrições de 16 estados e do Distrito Federal, das cinco regiões do país. Foram cerca de 100 inscrições de são Lésbicas, mulheres Bissexuais, Trans e não binárias, mobilizadas, rumo ao Rio de Janeiro, para debater sobre ativismo e suas interseccionalidades.
A partir da inscrição foram coletados dados que permitem traçar o perfil das participantes confira:

1.Idade e transição geracional

A pesar de cerca de um terço das inscrita estarem serem jovens (entre 19 e 29 anos), este número ainda é muito baixo, dado o crescente ativismo juvenil na pauta feminista e LGBT.


Contudo é importante avaliar que o ativismo virtual e individual está mais comum que a mobilização em torno de pautas convergentes, e a pluralidade de ideias vem dificultando a formação de uma agenda comum dos movimentos sociais e populares como um todo.
Além das pautas envelhecidas a voz da juventude nos movimentos sociais ainda tem pouca atenção, o que vem dificultando a renovação e a oxigenação de ideias. Por isso a ABL busca o empoderamento de mulheres jovens, de modo que possam agregar novas pautas políticas e agregar valores a bandeiras históricas como a criminalização da lesbofobia, bifobia e trasfobia.

2.Identidades e feminismos

Considerando que as identidades são um conjunto de valores histórico-culturais, crenças e padrões sociais, as identidades que passam pelo gênero feminino trazem consigo valores interseccionados com sua condição de classe, raça/cor, orientação sexual e identidade de gênero, das quais foram abrangidas nas inscrições a sexualidade e raça/cor.
Assim, o encontro contou com uma maioria de 77% de lésbicas, contudo também contou com a inscrição de transexuais e de pessoas trans não binárias. 


Quanto a raça/cor das inscritas, predominou a inscrição de negras (pretas e pardas), em segundo obteve-se a inscrição de brancas, e, considerando que a somatória de outras denominações discriminadas no gráfico abaixo como outras, tendo atingido apenas 1%.


A pluralidade de identidades proporciona construções coletivas e solidária entre mulheres, que justas são capazes que dialogar novos aspectos do feminismo de lésbicas, feminismo negro e do feminismo trans.

3.Regionalidade

Com a realização do evento no Rio de Janeiro já era esperada a presença predominante do público desse estado (55%). 
Considerando que a ABL está presente, atualmente em 18 estados e no Distrito Federal, em comparação com o gráfico abaixo, ressalta-se que pessoas não filiadas de estados onde não há representação da ABL também se inscreveram, como no caso do estado de Minas Gerais, Espirito Santo e Rio Grande do Sul. Bem como nota-se também a ausência de inscrições de estados que possuem abelianas (Maranhão, Tocantins, Santa Catarina, mato Grosso e Mato Grosso do Sul). 


Assim, obtivemos um quadro de uma maioria inscrita não filiada a ABL, que obtiveram informações sobre nosso evento através de nossas filiadas e ou do site e redes sociais.


Ressalta-se que 50% das inscritas participa de alguma organização ou movimento social local, enquanto 16%, participam de organizações nacionais (sem contar a ABL) e 34% não participa de nenhuma organização, o que demonstra um número de mulheres que ainda não estão engajadas em agendas e ações coletivas, contudo sua manifestação pelo desejo de participar do II Encontro Nacional da ABL demonstra vontade política de participar e conhecer mais sobre a a pauta.