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Ato Cultural com Live Show marca Dia do Orgulho e Resistência LGBTQI+

Ato Cultural com Live Show marca Dia do Orgulho e Resistência LGBTQI+


“Acredito muito no poder da arte como dimensão de transformar pessoas e o mundo”, afirma Ruth Venceremos

Por Luciana G. Console


Conhecido popularmente no Brasil por ser o mês das festas juninas, junho também tem outro significado mundial bastante importante: é o mês do Orgulho LGBTQI+. As atividades que destacam a luta da população LGBTQI+ estão acontecendo à todo vapor nas redes desde o dia 22 e se encerram neste domingo (28), Dia do Orgulho LGBTQI+, com uma grande Live Show que será transmitida no You Tube, Instagram e Facebook do Conselho Nacional Popular LGBTI à partir das 17 horas. 

O ato cultural faz parte da Semana do Orgulho e Resistência LGBTQI+, promovida por instituições que compõem o Conselho Popular LGBTI+, que também terá seu lançamento no fechamento da Semana.

A Live Show vai contar com a participação de 24 artistas nacionais LGBTQI+, reunindo poesia, performance, depoimentos e diversidade musical. Os artistas confirmados são: Aimée Lumière (BA); Amaro (DF); Aocoral (BA); Arthur Nogueira (PA); Beatrice Papillon (BA); Beni Falcone & Carla Díaz (RJ); Bruna BG (PA); Caio (MG); Getúlio Abelha (CE); Juan Guiã (PE); Julian (PB); Kaique Theodoro (RJ); Kona Zion (DF); Laura Finocchiaro (SP); Márcia Pantera (SP); Nicklaine Rodrigues (PR); Pedro Ivo (DF); Piettro (DF); Quéops (MG); Raíssa Fayet (PR); Romero Ferro (PE); Spadina Banks (BA) e Tulio Bueno (DF). Além da apresentação da drag Flores Astrais (PA) e da drag Rojava (TO), que vem levantando a bandeira da diversidade sexual dentro do MST.

Para Ruth Venceremos, produtora cultural do evento, a Live Show é resultado dos debates produzidos ao longo da Semana do ponto de vista de artistas LGBTQI+, que enxergam a arte como dimensão criativa e que leva à reflexão, ao questionamento do mundo e à construção de um futuro a partir do hoje.

“A arte LGBTI no contexto social de desmonte das políticas culturais, de ameaça a democracia, se apresenta como expressão estética e política de resistência a LGBTfobia, ao racismo e ao fascismo. Acredito muito no poder da arte como dimensão de transformar pessoas e o mundo”, afirma Ruth.

Além de produtora cultural, Ruth Venceremos, drag queen de Erivan Hilário, é uma das fundadoras do Distrito Drag, coletivo de artistas transformistas do Distrito Federal (DF), criado em 2017. O coletivo foi responsável pelo Calendrag, calendário fotográfico que se consolidou como uma peça fundamental de crítica social à realidade brasileira. Outra iniciativa do coletivo é o Bloco das Montadas, maior bloco LGBTQI+ do DF, do qual Ruth faz parte da direção geral. 

Resistência em meio à pandemia

A Semana do Orgulho e Resistência LGBTQI+ precisou se reinventar este ano por conta da disseminação da COVID-19, que tem levado milhares de brasileiros à morte. Para Cássio Nogueira, também produtor da live show, a pandemia coloca todos para repensarem seus espaços.

“Nesse momento de reflexão, a pandemia coloca para muitos o isolamento que, para a população LGBTQI+, já vem de muito tempo. São corpos, vozes e estéticas que já não têm o direito ao convívio coletivo e social naturalizado, aceito, contemplado. É uma população historicamente invisibilizada e marginalizada e a gente vem com essas reflexões mediante este cenário, onde a gente precisa estar junto, distribuir afeto, ter esperança e falar de diversidade”, ressalta Nogueira.

Ele também aponta que, neste momento de pandemia da COVID-19, não podemos deixar de criar redes solidárias para que a comunicação seja possível. A ocupação do mundo virtual é uma delas e pontua que o ato cultural da Live Show neste domingo e o lançamento do Conselho Popular são muito importantes para a disputa de um novo Brasil, com diversidade e respeito. 

As apresentações serão divididas em cinco blocos, que vão interagir de acordo com o tipo de arte apresentada, explica Cássio. “Uma das coisas que foi importante na definição da estrutura desse ato em live show foi deixar os artistas muito a vontade para que eles decidissem de que forma vão mostrar a mensagem artística de orgulho e resistência. Porque nós entendemos que esse ato e essa semana são construídos de forma colaborativa, com a doação de todos, do seu tempo, arte, inteligência, diversidade, potência, afeto e imponência”, finaliza o produtor.