Translate

8M

Pela vida de todas as mulheres

#NossasVidasImportam

O 8 de março - Dia Internacional da Mulher, data que marca, ano após ano, a luta das mulheres por igualdade, e, mesmo sendo inegável os avanços ao longo desses anos, nós, lésbicas e mulheres bissexuais, ainda hoje, temos muitas lutas a serem travadas para sair da invisibilidade que nos mata.

Muitos dos avanços conquistados não chegaram a todas as mulheres. O Brasil ainda tem um longo caminho a trilhar para conquistar a justiça social e a democracia plena para toda a sua população, mas principalmente para as mulheres negras, pobres, de povos e comunidades tradicionais, para lésbicas e bissexuais.

O principal problema está no cenário do Brasil, como o 5º país que mais mata mulheres (IPEA, 2017), e com o aumento de 150% no número de mortes de lésbicas (LESBOCÍDIO, 2017), somos mulheres que não aparecem nos números oficiais, e, que não tem nenhuma medida de proteção, uma vez que, diferente das mulheres heterossexuais vítimas de seus parceiros, lésbicas são vítimas de homens sem vinculo afetivo, logo não são protegidas pela lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006).

É importante dizer que essas mulheres não são apenas números, são mães, esposas, filhas e irmãs, vulneráveis a violência crescente motivada pela lesbofobia/bifobia. Tratam-se de mortes evitáveis e muitas chegam a ser até provocadas pela ação e ou omissão do Estado brasileiro, que nega nossa existência nos serviços público, sejam eles de segurança, saúde, educação, assistência e tantos outros.

Há uma marcha de feminicídio instalada no Brasil, reflexo de uma construção histórica do sistema patriarcal e escravocrata que oprime as mulheres até os dias atuais e que como ainda na época da inquisição, banaliza e desvaloriza a vida das mulheres, colocando-as como merecedoras das violências que sofrem.

Assim ao falar de lésbicas e mulheres bissexuais é importante que todos saibam que se trata de narrativas interrompidas, vítimas de LESBOFEMINICÍDIO, a violência letal motivada pela orientação sexual (lei do feminicídio, nº 13.104/2015).

É preciso descolonizar nossas mentes para superar o racismo, o machismo, a lesbofobia e a bifobia, pois só assim poderemos construir um país com justiça social, que garanta uma vida digna a todas as mulheres.