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Que visibilidade queremos!?

Visibilidade Lésbica


Autora:
Yone Lindgren
Conselheira Nacional CNCD - LGBT
Coordenação Política Nacional da ABL

As lutas das Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Mulheres e Homens Trans se inicia de modo organizado no Brasil em meados da década de 1970 com a formação de alguns grupos ativistas mistos a nível nacional. Naquele momento as lutas eram muito iniciais por isso genéricas e combatiam a homofobia de modo geral mas sem muito recorte nas especificidades. 

A medida em que cada segmento da população LGBT passa a refletir sobre suas necessidades e elaborar suas demandas específicas as lutas vão se segmentando e o movimento LGBT em si ganha novos contornos. 

A compreensão dessas especificidades somadas com o amadurecimento dos movimentos sociais brasileiros deram à sociedade civil organizada maior poder de pressão e algumas possíveis conquistas em termos de política pública.

Dentre estas conquistas está a criação do Programa Brasil Sem Homofobia (2004) e outros programas de governo a nível estadual que nascem a partir desta política pública nacional. A organização das Conferências Nacionais LGBT também se apresentam como importante instrumento na construção de políticas públicas para a população LGBT no país.

No mês da Visibilidade Lésbica queremos resgatar o histórico da criação deste dia 29 de agosto criado em 1996 durante o I Seminário Nacional de Lésbicas – SENALE, como forma de instaurar uma data nacional que demarque a luta de Lésbicas neste país.

Este é um momento de reflexão que colocamos para a sociedade brasileira e nele reforçamos todas as bandeiras de luta da nossa população.

Seguiremos organizadas em luta para que cada mulher lésbica tenha acesso à educação em um ambiente livre de lesbofobia, pelo impulsionamento da produção acadêmica voltada às necessidades de mulheres lésbicas, por uma saúde que considere as necessidades específicas das mulheres lésbicas, por um mercado de trabalho que não expurgue as lésbicas, por políticas públicas que incidam de modo direto nos índices de lesbocídios e dos estupros corretivos para que paremos de morrer!

Historicamente as mulheres sempre estiveram organizadas em luta e na atualidade não é diferente. Seguiremos juntas, organizadas e com passos firmes mostrando que as rosas da resistência nascem no asfalto! Lembramos as que nos antecederam, as executadas pela lesbofobia e convidamos cada lésbicas deste país a se juntar à luta.

Nossos passos vêm de longe e não seremos interrompidas!